sexta-feira, 14 de março de 2014

MERGULHO EM MARACAJAÚ / RN - UM PASSEIO IMPERDÍVEL

Jangadeiro na praia de Maracajaú / RN
Nosso próximo destino foi a praia de Maracajaú, no litoral Norte do Rio Grande do Norte, distante aproximadamente 70 km de Natal.
Nossa intenção era poder fazer o tão famoso mergulho nos recifes de corais, encontrados nesta região.
Munidos de nossos eficientes mapas turísticos, fomos em direção ao nosso destino, ou melhor, tentamos...
Novamente a falta de placas indicativas e sinalização adequada nos fez ficar em dúvida sobre qual rumo seguir, logo na primeira bifurcação. Neste local havia um posto de combustível, a poucos metros de um verdadeiro exército de guias e informantes. Achamos melhor pedir informação no posto e o frentista nem se dignou a nos atender, chamou logo um dos informantes.
Mas foi divertida a experiência...
Preciso abrir aqui um parênteses: O pessoal que trabalha com marketing precisa olhar com mais atenção para o povo desta região. Eles são feras em marketing pessoal e em venderem seus produtos e serviços!
As técnicas de abordagem e de conseguirem a sua atenção são fantásticas. Em alguns locais, depois de me recusar a parar o carro nos "bloqueios" feitos pelos guias e informantes, eles literalmente corriam atrás do veículo, sempre com muito bom humor.
Mas voltando ao posto de combustível... Nosso simpático informante nos indicou uma empresa que operava em Maracajaú e que possuía barcos para os passeios. No hotel já haviam me informado o preço médio do passeio e tentei barganhar com ele, dizendo que tinha fechado por um preço melhor através do hotel, pelo fato de estarmos em 04 pessoas. Incansável, ele nos deu um folder para que o apresentássemos na empresa e conseguiríamos um desconto de 10%. Agradeci e perguntei seu nome, para poder identifica-lo na operadora... "Rodrigo Santoro", foi a sua resposta. E estava assinado no verso do folder!
Segundo as mulheres no veículo, ele seria a versão do galã brasileiro, depois da dengue e 15 dias de diarreia ininterruptas.
Novamente no rumo, chegamos a nova bifurcação, com novo exército de guias, mas desta vez sabíamos a direção a seguir, portanto passei direto por eles, não sem antes quase atropelar alguns e ser perseguido por uns 100 metros por outro que seguiu correndo a pé. Mas logo em seguida fui alcançado por outro, a bordo de uma motocicleta 125 cc.
Diante da insistência deste resolvi parar, e ele afirmava que estávamos indo na direção errada. Na verdade estávamos indo para a base da operadora indicada pelo "Rodrigo Santoro" e este guia representava outras empresas, além daquela.
Em uma rápida conversa descobrimos que existem 04 operadoras, autorizadas oficialmente a realizar estes passeios e que existem diversas formas de transporte até os recifes, daí a grande diferença nos preços.

Vista da praia de Maracajaú / RN
Resolvemos então seguir o nosso novo guia, que se propôs a nos mostrar as demais empresas, sem cobrar nada por isso, afinal, ele seria recompensado pela empresa com a qual fechássemos.
Em cada empresa ouvimos um verdadeiro discurso sobre as vantagens que cada uma tem sobre as concorrentes e que justificavam os valores cobrados por cada uma, mas o que nos convenceu foi um fator apenas...
Para se chegar até o local dos mergulhos, você pode ir de Catamarã, Lancha, "Jangalancha" (que preferimos chamar de Jeguelancha) ou ainda em pequenos barcos de pescadores.
As lanchas são as mais rápidas (10 min. de percurso) e também as mais caras (R$ 100,00 por pessoa na ocasião), os Catamarãs são os mais lentos e os mais baratos (R$ 65,00 na ocasião), seguidos pelas "Jeguelanchas" e pelos barcos (R$ 80,00 por pessoa) com tempo de cruzeiro de aprox. 20 minutos.
O fator que para nós foi decisivo é que as empresas que operam com Catamarãs, deixam seus passageiros em uma plataforma flutuante, com até 200 pessoas ocupando o local e mergulhando ao lado, na mesma hora.
Uma das operadoras não trabalhava desta forma e saia apenas com barcos menores, sendo que os passageiros ficariam na própria embarcação durante o período de seu mergulho, e em áreas demarcadas.


Fechamos então com a "Mergulho com Nativos", mas faltava ainda definir os valores, pois estavam cobrando R$ 80,00 por cabeça e queríamos melhorar isto. Com a ajuda de nosso guia conseguimos fechar por R$ 70,00 cada um (o pagamento é sempre em dinheiro, não trabalham com cartões ou cobram alguma taxa para isto).

Aguardando pelo nosso barco
A sede da empresa fica anexa a um pequeno restaurante e aguardávamos a saída que deveria ocorrer por volta de 11:30 h , quase na maré mais baixa, e iria até umas 14 h, quando começaria a subir novamente.
Mas como bons paulistas, começamos a ficar incomodados quando já eram 12 h e nada de sairmos. Fui até a pessoa que nos atendeu e ela me pediu para ficar relaxadoooooo, afinal eu estava de férias.
Logo chegou o capitão do nosso barco, um pescador nativo conhecido como Risadinha e segundo o pessoal da empresa, um verdadeiro lobo do mar, com mais de 30 anos de experiência naquelas águas.
Após cumprimenta-lo descobri de onde vem o apelido, pois seu sorriso exibia uma lacuna de 04 dentes na parte superior dos mesmos...Uma figura!

Além de nós quatro, mas três passageiros embarcaram, um rapaz norte-americano e um casal de jovens cariocas.
Não pude tirar nenhuma foto do percurso, pois na saída fomos instruídos a colocarmos nossas bolsas e pertences dentro da cabine do barco... Ainda bem! Nunca tomei tanta água na cara!

O local dos mergulhos
O percurso demora em média 20 minutos mesmo, e logo pudemos começar a observar a diferença na cor e na transparência da água. Após uma delicada manobra, nosso lobo do mar posicionou o barco em uma área delimitada e reservada para ele.
Cada um recebeu um kit com mascara e snorkel (rezo para que aquilo tenha sido mesmo esterilizado) e caiu na água.


Uma observação sobre isto: O equipamento é bem simples, de baixa qualidade até, e a vedação é precária, entrando água dentro da mascara e atrapalhando muito o mergulho, além de ficar engasgando a todo instante com a água salgada que entrava no snorkel. Mas nada que inviabilize o passeio.
Existem ainda algumas outras opções de serviços no local, como você contratar um mergulho com cilindro (existe um instrutor na área) ou ainda contratar um fotógrafo subaquático para registrar este momento, mas devido aos preços nada convidativos, ficamos com os olhos e pulmões cheios de água salgada e com a nossa GoPro. Que infelizmente deve ter tido algum problema nesta ocasião, pois as fotos e filmagens ficaram muito ruins, com algum problema no foco.
Desculpem pelas baixa qualidade nas fotos, mas é o que deu para salvar...






Descrever a emoção de um mergulho é algo complicado, mas para nós foi a possibilidade de reviver uma emoção e uma sensação parecida com a que vivemos em Bonito / MS, quando fizemos a flutuação no rio da Prata.
Cardumes de peixes vem ao seu encontro e passam a poucos centímetros de você. O Risadinha nos forneceu alguns peixinhos (mortos) e pudemos alimentar os pequenos cardumes que nos seguiam.




Logo depois começamos a nadar por entre as formações de corais que existiam ali. Outra emoção inenarrável!
Em alguns trechos, as formações alcançavam vários metros de extensão e chegavam quase a superfície. Já em outros, ficavam a quase 03 metros de profundidade (lembrando que estávamos na maré baixa 0,5).





Um desfile de peixes multicoloridos começa diante de nossos olhos (cheios de água salgada) e pudemos observar  Bodiões, Cirurgiões, Peixe Papagaio, Peixe Gato, Donzelas, Sargentos e outros que não consigo lembrar, mas que já tive contato em meus áureos tempos de aquarista.

O detalhe que deu a alcunha a nosso capitão

Cada embarcação fica em uma área demarcada por cordas e boias

Cuidado! Mesmo tendo se besuntado de protetor solar na saída, o ideal é sempre passar mais.
Aqui a Mônica estava em processo para levar aquela torrada.
Toda esta área foi transformada em APA (Área de Preservação Ambiental) ha alguns anos e é fiscalizada constantemente (uma taxa de entrada é cobrada e está inclusa no valor do passeio), limitando inclusive a quantidade de visitantes diariamente.Mas quando olhamos as tais plataformas flutuantes e o grande número de pessoas empilhadas ali, fica difícil não se preocupar com a saúde deste ecossistema tão frágil.
A cena fica parecida com aquelas festas, estilo "piscinão de Ramos". Tem gente pulado do alto da plataforma, dando bombinha na água. Dezenas de pessoas se aglomeram em volta de uma única formação de coral e mesmo que sem querer, devem esbarrar nos mesmos. Talvez isto precisasse ser revisto pelas autoridades e órgãos responsáveis, mas é turismo e fonte de renda para muita gente, portanto...




Permanecemos umas 2 horas no local e terminada a nossa disposição em continuar mergulhando, nos preparamos para a volta. Faltava ainda fazermos uma foto da família e como os demais passageiros ainda não haviam retornado a embarcação, pedimos ao lobo do mar, Risadinha, que fizesse uma foto nossa.
Ele pode ser um bom capitão, mas fotógrafo...

Bunituuuu o teto da embarcação né?
Agora era voltar ao hotel e recarregar as energias para o dia seguinte...

4 comentários:

  1. Olá! Adorei suas observações! Vc sabe me dizer se esse passeio é indicado pra crianças a partir de 6 anos? Obrigada,

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    1. Olá Emilia, não tenho a informação oficial sobre a idade mínima permitida, mas na ocasião haviam muitas crianças no passeio. Acredito que não haverá problemas com isto pois as condições do local são bem seguras.

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  2. Olá! Com referência a fotógrafos, no local há profissionais para registrar o momento ? Pois fica difícil escolher entre tirar fotos e aproveitar tudo desde lugar lindo! Kkk obrigada!

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    1. OLá, na ocasião em que estivemos no local não vimos nenhum profissional oferecendo este serviço, mas em algumas praias sim! É possível que já tenha alguém agora fazendo isto, senão fica aqui uma grande dica...Obrigado e bom passeio!

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