sexta-feira, 14 de março de 2014

MERGULHO EM MARACAJAÚ / RN - UM PASSEIO IMPERDÍVEL

Jangadeiro na praia de Maracajaú / RN
Nosso próximo destino foi a praia de Maracajaú, no litoral Norte do Rio Grande do Norte, distante aproximadamente 70 km de Natal.
Nossa intenção era poder fazer o tão famoso mergulho nos recifes de corais, encontrados nesta região.
Munidos de nossos eficientes mapas turísticos, fomos em direção ao nosso destino, ou melhor, tentamos...
Novamente a falta de placas indicativas e sinalização adequada nos fez ficar em dúvida sobre qual rumo seguir, logo na primeira bifurcação. Neste local havia um posto de combustível, a poucos metros de um verdadeiro exército de guias e informantes. Achamos melhor pedir informação no posto e o frentista nem se dignou a nos atender, chamou logo um dos informantes.
Mas foi divertida a experiência...
Preciso abrir aqui um parênteses: O pessoal que trabalha com marketing precisa olhar com mais atenção para o povo desta região. Eles são feras em marketing pessoal e em venderem seus produtos e serviços!
As técnicas de abordagem e de conseguirem a sua atenção são fantásticas. Em alguns locais, depois de me recusar a parar o carro nos "bloqueios" feitos pelos guias e informantes, eles literalmente corriam atrás do veículo, sempre com muito bom humor.
Mas voltando ao posto de combustível... Nosso simpático informante nos indicou uma empresa que operava em Maracajaú e que possuía barcos para os passeios. No hotel já haviam me informado o preço médio do passeio e tentei barganhar com ele, dizendo que tinha fechado por um preço melhor através do hotel, pelo fato de estarmos em 04 pessoas. Incansável, ele nos deu um folder para que o apresentássemos na empresa e conseguiríamos um desconto de 10%. Agradeci e perguntei seu nome, para poder identifica-lo na operadora... "Rodrigo Santoro", foi a sua resposta. E estava assinado no verso do folder!
Segundo as mulheres no veículo, ele seria a versão do galã brasileiro, depois da dengue e 15 dias de diarreia ininterruptas.
Novamente no rumo, chegamos a nova bifurcação, com novo exército de guias, mas desta vez sabíamos a direção a seguir, portanto passei direto por eles, não sem antes quase atropelar alguns e ser perseguido por uns 100 metros por outro que seguiu correndo a pé. Mas logo em seguida fui alcançado por outro, a bordo de uma motocicleta 125 cc.
Diante da insistência deste resolvi parar, e ele afirmava que estávamos indo na direção errada. Na verdade estávamos indo para a base da operadora indicada pelo "Rodrigo Santoro" e este guia representava outras empresas, além daquela.
Em uma rápida conversa descobrimos que existem 04 operadoras, autorizadas oficialmente a realizar estes passeios e que existem diversas formas de transporte até os recifes, daí a grande diferença nos preços.

Vista da praia de Maracajaú / RN
Resolvemos então seguir o nosso novo guia, que se propôs a nos mostrar as demais empresas, sem cobrar nada por isso, afinal, ele seria recompensado pela empresa com a qual fechássemos.
Em cada empresa ouvimos um verdadeiro discurso sobre as vantagens que cada uma tem sobre as concorrentes e que justificavam os valores cobrados por cada uma, mas o que nos convenceu foi um fator apenas...
Para se chegar até o local dos mergulhos, você pode ir de Catamarã, Lancha, "Jangalancha" (que preferimos chamar de Jeguelancha) ou ainda em pequenos barcos de pescadores.
As lanchas são as mais rápidas (10 min. de percurso) e também as mais caras (R$ 100,00 por pessoa na ocasião), os Catamarãs são os mais lentos e os mais baratos (R$ 65,00 na ocasião), seguidos pelas "Jeguelanchas" e pelos barcos (R$ 80,00 por pessoa) com tempo de cruzeiro de aprox. 20 minutos.
O fator que para nós foi decisivo é que as empresas que operam com Catamarãs, deixam seus passageiros em uma plataforma flutuante, com até 200 pessoas ocupando o local e mergulhando ao lado, na mesma hora.
Uma das operadoras não trabalhava desta forma e saia apenas com barcos menores, sendo que os passageiros ficariam na própria embarcação durante o período de seu mergulho, e em áreas demarcadas.


Fechamos então com a "Mergulho com Nativos", mas faltava ainda definir os valores, pois estavam cobrando R$ 80,00 por cabeça e queríamos melhorar isto. Com a ajuda de nosso guia conseguimos fechar por R$ 70,00 cada um (o pagamento é sempre em dinheiro, não trabalham com cartões ou cobram alguma taxa para isto).

Aguardando pelo nosso barco
A sede da empresa fica anexa a um pequeno restaurante e aguardávamos a saída que deveria ocorrer por volta de 11:30 h , quase na maré mais baixa, e iria até umas 14 h, quando começaria a subir novamente.
Mas como bons paulistas, começamos a ficar incomodados quando já eram 12 h e nada de sairmos. Fui até a pessoa que nos atendeu e ela me pediu para ficar relaxadoooooo, afinal eu estava de férias.
Logo chegou o capitão do nosso barco, um pescador nativo conhecido como Risadinha e segundo o pessoal da empresa, um verdadeiro lobo do mar, com mais de 30 anos de experiência naquelas águas.
Após cumprimenta-lo descobri de onde vem o apelido, pois seu sorriso exibia uma lacuna de 04 dentes na parte superior dos mesmos...Uma figura!

Além de nós quatro, mas três passageiros embarcaram, um rapaz norte-americano e um casal de jovens cariocas.
Não pude tirar nenhuma foto do percurso, pois na saída fomos instruídos a colocarmos nossas bolsas e pertences dentro da cabine do barco... Ainda bem! Nunca tomei tanta água na cara!

O local dos mergulhos
O percurso demora em média 20 minutos mesmo, e logo pudemos começar a observar a diferença na cor e na transparência da água. Após uma delicada manobra, nosso lobo do mar posicionou o barco em uma área delimitada e reservada para ele.
Cada um recebeu um kit com mascara e snorkel (rezo para que aquilo tenha sido mesmo esterilizado) e caiu na água.


Uma observação sobre isto: O equipamento é bem simples, de baixa qualidade até, e a vedação é precária, entrando água dentro da mascara e atrapalhando muito o mergulho, além de ficar engasgando a todo instante com a água salgada que entrava no snorkel. Mas nada que inviabilize o passeio.
Existem ainda algumas outras opções de serviços no local, como você contratar um mergulho com cilindro (existe um instrutor na área) ou ainda contratar um fotógrafo subaquático para registrar este momento, mas devido aos preços nada convidativos, ficamos com os olhos e pulmões cheios de água salgada e com a nossa GoPro. Que infelizmente deve ter tido algum problema nesta ocasião, pois as fotos e filmagens ficaram muito ruins, com algum problema no foco.
Desculpem pelas baixa qualidade nas fotos, mas é o que deu para salvar...






Descrever a emoção de um mergulho é algo complicado, mas para nós foi a possibilidade de reviver uma emoção e uma sensação parecida com a que vivemos em Bonito / MS, quando fizemos a flutuação no rio da Prata.
Cardumes de peixes vem ao seu encontro e passam a poucos centímetros de você. O Risadinha nos forneceu alguns peixinhos (mortos) e pudemos alimentar os pequenos cardumes que nos seguiam.




Logo depois começamos a nadar por entre as formações de corais que existiam ali. Outra emoção inenarrável!
Em alguns trechos, as formações alcançavam vários metros de extensão e chegavam quase a superfície. Já em outros, ficavam a quase 03 metros de profundidade (lembrando que estávamos na maré baixa 0,5).





Um desfile de peixes multicoloridos começa diante de nossos olhos (cheios de água salgada) e pudemos observar  Bodiões, Cirurgiões, Peixe Papagaio, Peixe Gato, Donzelas, Sargentos e outros que não consigo lembrar, mas que já tive contato em meus áureos tempos de aquarista.

O detalhe que deu a alcunha a nosso capitão

Cada embarcação fica em uma área demarcada por cordas e boias

Cuidado! Mesmo tendo se besuntado de protetor solar na saída, o ideal é sempre passar mais.
Aqui a Mônica estava em processo para levar aquela torrada.
Toda esta área foi transformada em APA (Área de Preservação Ambiental) ha alguns anos e é fiscalizada constantemente (uma taxa de entrada é cobrada e está inclusa no valor do passeio), limitando inclusive a quantidade de visitantes diariamente.Mas quando olhamos as tais plataformas flutuantes e o grande número de pessoas empilhadas ali, fica difícil não se preocupar com a saúde deste ecossistema tão frágil.
A cena fica parecida com aquelas festas, estilo "piscinão de Ramos". Tem gente pulado do alto da plataforma, dando bombinha na água. Dezenas de pessoas se aglomeram em volta de uma única formação de coral e mesmo que sem querer, devem esbarrar nos mesmos. Talvez isto precisasse ser revisto pelas autoridades e órgãos responsáveis, mas é turismo e fonte de renda para muita gente, portanto...




Permanecemos umas 2 horas no local e terminada a nossa disposição em continuar mergulhando, nos preparamos para a volta. Faltava ainda fazermos uma foto da família e como os demais passageiros ainda não haviam retornado a embarcação, pedimos ao lobo do mar, Risadinha, que fizesse uma foto nossa.
Ele pode ser um bom capitão, mas fotógrafo...

Bunituuuu o teto da embarcação né?
Agora era voltar ao hotel e recarregar as energias para o dia seguinte...

quarta-feira, 12 de março de 2014

sexta-feira, 7 de março de 2014

PRAIA DA PIPA - RIO GRANDE DO NORTE

A praia da Pipa, ao fundo.
Esta praia já foi considerada a "mais bela praia brasileira", segundo algumas revistas especializadas, e portanto incluímos a mesma em nosso roteiro.
Mas as coisas mudam bastante em apenas 10 anos e esta foi uma delas.
Saímos do hotel logo pela manhã e seguimos rumo a BR 101 - Sul, seguindo depois pela RN 003 a partir de Goianinha, em um percurso de aprox. 95 km até a praia de Pipa.
Bom... Devo registrar aqui um fato que muito nos aborreceu nesta viagem.
Tínhamos conosco uma grande variedade de mapas, muitos deles fornecidos por empresas locais e destacando as principais atrações de cada ponto, alguns tinham até distâncias em quilômetros e as rodovias a serem seguidas, achamos que seria fácil!
Infelizmente, esbarramos em uma característica local que não gostamos e achamos uma forma predatória de se fazer turismo.
Não existem placas de sinalização que levem as principais atrações. Você chega em bifurcações e trevos onde não se encontra qualquer indicação para a rota a ser seguida. Algumas poucas placas que existem estão pichadas sobre as setas indicativas. Em alguns locais encontramos placas arrancadas e jogadas ao lado da pista.
Mas em todos estes locais você encontra um verdadeiro batalhão de "guias" locais, ávidos em ajudar e indicar o caminho, ou se preferir, você pode contratar os seus serviços de guia e ele te leva nas "melhores opções de passeios, longe das excursões", segundo todos eles diziam.
É verdade que em nenhum momento eles foram mal educados ou tentaram nos extorquir, mas em alguns momentos foram inconvenientes.
Nesta ocasião, acabamos por arriscar em algumas bifurcações e chegamos a tão famosa praia de Pipa!
Chegamos apenas. O local se tornou um centro de badalação e comércio. Transitamos por uma avenida e em nenhum momento conseguimos ter um vislumbre sequer da praia, dada a quantidade de construções que existem no local. Muita gente transitando pelas rua e a possibilidade de estacionar apenas em estacionamentos pagos (bem caros por sinal) e um pouco distantes da praia. Me lembrou um pouco de Búzios, onde um picolé precisa ser parcelado no cartão de crédito.
Neste ponto encontramos algumas indicações para as praias do Amor e Chapadão, para onde decidimos seguir, deixando Pipa para trás.

A PRAIA DO CHAPADÃO

Seguindo as indicações para o Chapadão, você chega em um pequeno platô, no alto de uma falésia e de onde pode se ver a praia do Amor a sua esquerda e a praia do Chapadão (existia uma placa de um restaurante que chamava o local de praia da Coruja) a sua direita.

A praia do Amor, vista do alto do mirante do Chapadão
No alto do mirante podemos ter uma visão panorâmica desta região e vislumbrar claramente uma característica  marcante deste litoral: uma faixa de pedras escuras (acho que são vulcânicas) que percorre toda a faixa litorânea, parecendo um colar de âmbar gigantesco.
Mas a vista do próprio platô também é muito interessante e peculiar. A erosão causada pelos fortes ventos (e como venta por ali!) e pelo mar, provavelmente em épocas muito remotas, esculpiu uma paisagem que não parece deste planeta.


As interessantes formações no solo do Chapadão.
O local é ponto de parada de bugueiros e partida para passeios de quadriciclos, além de uma figura peculiar desta região, o fotógrafo "criativo".
Eu explico. Quando eles nos viam e reparavam no nosso equipamento fotográfico, automaticamente mudavam de estratégia e ao invés de nos oferecer fotos de lembrança do local, acabavam por oferecer as tais fotos criativas.
São aquelas fotos de gosto duvidoso, onde normalmente as pessoas são posicionadas em distâncias distintas e através de ilusão na perspectiva, um parece estar segurando o outro sobre a mão, ou suspendendo-o pelos dedos, etc...
Polidamente recusamos, mas acho que estamos meio por fora da moda, porque tinha bastante gente que aceitava a proposta.
Mas após se esquivar dos vendedores, fotógrafos, bugueiros e guias, aproveite e se deslumbre com a paisagem.

A praia do Amor


A praia do Chapadão


Seguimos então para o Sul, para a praia do Chapadão (ou Coruja???) e após o termino do asfalto, chegamos a uma praia praticamente deserta, onde existia apenas um restaurante. Como o caminho a frente era de areia bem fofa, resolvemos não arriscar e paramos ali para algumas fotos e uma caminhada na areia.

Uma panorâmica da praia do Chapadão, ou seria da Coruja???
Voltamos agora em direção a Pipa e fomos até a praia do Amor. Seguimos por uma pequena ruela que termina em uma pequena mata, onde funciona um "estacionamento" sob as arvores (R$ 5,00 por veículo).
O responsável pelo empreendimento nos garantiu segurança permanente e o pagamento seria feito na saída.
Enquanto nos dirigíamos a praia fomos abordados por um dos solícitos guias do local que se auto incumbiu de nos levar até a praia, pois o acesso seria bem difícil, segundo ele.

O acesso a praia do Amor
Na verdade o caminho é um pouco complicado, pois foi esculpido na rocha que forma a encosta do local, mas nada que precise de um guia. Ele queria mesmo era nos levar até uma das barracas que existem ali e onde ele seria comissionado pelo nosso consumo. Como nesta ocasião eles não estavam cobrando nada pelo uso da barraca e nem consumação mínima, nós aceitamos a oferta e ocupamos um dos guarda-sóis com cadeiras.


Saímos para explorar um pouco da praia e fomos em direção as pedras que avistamos do alto do mirante.
O cenário é bem interessante, parece que uma grande explosão aconteceu ali, mas aquelas pedras escuras destoam da paisagem, então sugerem que foram arremessadas até ali...Sei lá, não sou Geólogo.


Conforme a maré vai baixando surgem piscinas naturais que ficam entre estas rochas, um bom convite ao banho, neste litoral que é quase todo de praias de tombo.



Em outros locais formam-se pequenas poças onde pudemos observar alguns peixes e crustáceos.

Um pequeno Blênio, que resolveu beliscar o pé do Arthur.

Em alguns locais a paisagem ganha um tom mais apocalíptico, chegamos a considerar a hipótese  de que estávamos sobre as ruínas de Mordor, da saga do Senhor dos Anéis...

Cadê o Smigol?


De volta a nossa tenda, pedimos uma porção de fritas, por absurdos R$ 25,00 e recebemos um prato de refeição com algumas poucas batatas... Ridículo! E depois reclamam que o pessoal esta virando farofeiro chique e levando alimentação e bebidas as praias!
Aprendemos com esta experiência e depois disto passamos em um EXTRA 24 horas, nos abastecemos de porcarias e levávamos nosso próprio lanche em nossas saídas. Mas sempre recolhíamos o nosso lixo e levávamos até uma lixeira, ou de volta ao hotel quando não encontrávamos nenhuma no caminho.


Mas ninguém pode negar que o astral e a criatividade do povo destas terras é fantástico. Nós paulistas somos sempre desconfiados, sempre preocupados e até mesmo estressados, mas ali todo mundo parece estar de férias. Sempre encaram de forma divertida as coisas, até mesmo as nossas eventuais grosserias.

Seguimos depois em direção a Tibaú do Sul, já voltando para Natal. Passamos por um pequeno mirante e descobrimos que no local funcionava um restaurante, mas o mesmo estava dezenas de metros abaixo de nós, em uma praia, com acesso apenas por uma íngreme escada. A perspectiva de ter que subir aquela escada na volta nos animou em seguir viagem, mas não sem antes registrar a vista do local.
Aliás... A foto que esta no início do post e que mostra a praia de Pipa ao fundo foi feita neste mirante.

A vista a partir do mirante, sentido Tibaú do Sul
Seguimos as indicações de Tibaú do Sul e Balsa (quando existiam, é claro) e chegamos a uma pequena praia, com uma placa bem apagada que dizia chamar-se Praia do Giz.
Haviam algumas pequenas barracas, mas apenas uma estava funcionando e resolvemos almoçar por ali.
Haviam alguns turistas no local, inclusive alguns alemães e por isso achamos que dava para encarar o sujinho. Segundo o atendente os pratos eram para duas pessoas e isto justificava os preços astronômicos.
Pedimos um prato com camarões e outro com peixe... Decepção total! Parecia um comercial, só que com bastante arroz. Não deu nem para o cheiro e pagamos R$ 90,00 por isto.

Olha as caras de "não vai dar pro cheiro".

Já que estávamos ali, aproveitamos para conhecer a praia e fazer mais fotos.
A atração do local são as formações de rochas, onde as ondas se chocam e produzem "splash´s" fantásticos. E todo mundo se arrisca em tomar aquele banho para fazer umas fotos únicas.

Um verdadeiro muro de rochas se interpõem entre o mar e a areia

Um delicioso  e inesperado banho, enchendo-nos de areia até em locais inimagináveis.

Fotos de momentos únicos e que se tornarão eternos.
O Sol começava a se por (às 17:00 horas já começava a escurecer) e retornamos a Natal. No próximo dia iriamos tentar o mergulho nos arrecifes de corais. Mas isto só no próximo post...

quinta-feira, 6 de março de 2014

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - UMA FAMÍLIA DE PAULISTAS EM TERRAS POTIGUARES


Nossa ideia de conhecer Natal, no Rio Grande do Norte, surgiu a uns 10 anos atrás. Na ocasião, recebemos uma revista de viagens e havia na mesma uma matéria bem extensa, falando sobre as atrações deste local.
Ficamos muito impressionados com o conteúdo desta, com as belíssimas fotos e com as opções de lazer e gastronomia apresentadas.
Daí em diante, começamos a alimentar este sonho e a fazer planos, que acabaram por se concretizar neste início de 2014.
O que pudemos aprender desta experiência é que...Não se deve acreditar um tudo o que estas revistas publicam, nem nas fotos e muito menos nas indicações de restaurantes e afins!
É claro que estarei descrevendo aqui a NOSSA OPINIÃO e que muitas pessoas não irão concordar com isto, mas como a proposta deste blog é a de Compartilhar as nossas experiências e impressões, me manterei Fiel a isto e escreverei aquilo que pudemos constatar.

OS PREPARATIVOS PARA A VIAGEM

Começamos a nos preparar com 6 meses de antecedência, com a compra das passagens aéreas (TAM) e com a escolha e reserva do Hotel. Para isto usamos o site Booking.
Optamos dentre todas as opções disponíveis, por um Hotel Flat, que possuía uma cozinha anexa em um dos quartos, desta forma poderíamos preparar refeições leves, economizando assim muitos R$ nesta viagem. O outro quarto seria destinado a nossos dois filhos e portanto seria um quarto simples.
Na ante-véspera da viagem fiz o check-in com a TAM e enviei um e-mail de confirmação ao hotel, perguntando se estava tudo ok com minha reserva, e recebi a resposta positiva.
Já começamos a nos decepcionar durante os vôos da TAM (fizemos uma escala no Rio de Janeiro), pois os aviões pareciam ser bem antigos, não dispunham de TV nos assentos, apenas aquelas sobre os mesmos. A programação era institucional e estava desatualizada, faltava ainda aquele "suntuoso" lanche que segundo o capitão, era uma "cortesia " que seria servida... Mas a R$ 400,00 por cabeça, não dava para servir algo melhor que um pacotinho de biscoito (seco e extremamente salgado)?
Nas minhas últimas viagens tenho voado com a Azul, e tenho que admitir que estão muito melhores que a TAM, seja na questão das aeronaves ou na questão do atendimento e alimentação.
Faltava ainda a "surpresa" em nosso hotel!
Havíamos escolhido o King´s Flat Hotel, em Ponta Negra, e ao chegarmos no mesmo, fomos informados que um de nossos quartos estava com problemas (não nos informaram qual) e que desta forma estaríamos sendo transferidos para outro hotel, próximo dali. Segundo o atendente, o nível deste novo hotel seria superior ao deles e pelo mesmo valor acertado anteriormente.


Fomos transferidos para o Visual Praia Hotel, onde fomos muito bem atendidos e pelo que pudemos ver, tratava-se de um hotel superior ao primeiro, mas só havia um problema...Não era Flat!
Resultado disto: nosso planejamento e orçamento foram para o espaço!
Acredito que isto seja mais comum do que pensávamos, pois pesquisei na web sobre isto e achei muitas críticas e reclamações como estas... Que pena! O turismo para os brasileiros é realmente predatório.

ALUGAR UM VEÍCULO - UMA BOA OPÇÃO?

Devido a nossa natureza de exploradores, não suportamos a ideia de Pacotes Turísticos, como os que são oferecidos pelas grande operadoras (CVC e similares), portanto sempre optamos por alugar um carro e ficar livre para organizar o nosso roteiro.
Através de pesquisa chegamos a Foco Aluguel de Carros, com loja a 500 metros do aeroporto. Enviamos todas as informações pedidas, inclusive o numero de nosso voo, pois nos esperariam no desembarque com o veículo alugado.
Pelo fato de estarmos em 04 adultos e muitas malas, optei por um veículo sedam (Classic ou similar).
Surpresa!!!! Desembarcamos em Natal e............ Nada! Ninguém nos esperando.
Liguei na locadora (interurbano, pois não tinham 0800) e a atendente dizia que a pessoa deveria estar lá sim. Após ter explicado para ela de forma educada que não havia mais ninguém ali (além de nós), ela disse que iria verificar e retornava a ligação. Algum tempo de espera e ela retorna, dizendo que deveríamos sair do aeroporto e procurar pela pessoa, ao lado de um quiosque do Bob´s. Fomos até o local e encontramos com o rapaz, que acabava de chegar, só que estava com um Celta e não com um sedam.
Resultado: Tive que ir com ele até a locadora e deixar a família com as malas no aeroporto, esperando que ele retornasse para buscá-los!
Neste meio tempo, fiquei na loja para preencher a papelada da locação, e aqui começou o processo de aclimatação de um paulista em terras nordestinas.
A atendente lutava para digitar corretamente as informações no sistema e paralelamente tentava falar com sua mãe pelo celular. Transcrevo aqui parte do dialogo:

ATENDENTE - " Qual o seu município?"
EU - "Americana...."
ATENDENTE - "Mainnn, se tá me ouvindo?"
EU - "Desculpe, não entendi o que você disse"
ATENDENTE - " Mericana? é isso mesmo?"
EU - "Não, é A-ME-RI-CA-NA!!!!!!"
ATENDENTE - "Mainnnnn, fala comigo, diga algo criatura"
EU - "Desculpe novamente, é comigo que você está falando?"
ATENDENTE - " Espera um pouco moço... Mainnn, estou atendendo, mais tarde te ligo, pode ser?"
MAINNNN - " ##&**%@@@@$${{+*(&¨%%$# "
ATENDENTE - Mainnn, não fica brava comigo não. Eu já te ligo"

Nestes 15 minutos que duraram o diálogo com Mainnn, minha família chegou e ficamos aguardando outra funcionária, que havia ido buscar nosso veículo em um deposito. Enquanto aguardávamos, comecei a conferir os documentos do veículo e vi um Classic estacionado na frente da loja (já estava ali quando chegamos) e que sua placa era a mesma do documento que me entregaram. Perguntei sobre isto a atendente e ela disse (depois de quase 5 min. de analise) que achava ser aquele mesmo. Vistoria feita, fiz com que marcassem todos os possíveis detalhes apresentados no veículo e quando vamos sair descubro que o tanque não estava cheio (a loja fica em um posto de combustível). Voltei a loja e relatei isto, mas ao invés de encherem o tanque, marcaram o nível do mostrador e pediram que devolvesse o mesmo nesta marca.... Dahhhhhhhhhhhhhhh, como farei isto? Vou ficar andando com o carro até ele chegar naquela marca? Achei prudente não discutir e fomos embora para o hotel.
Mais tarde falaremos novamente sobre isto.

A PRAIA DE PONTA NEGRA - MORRO DO CARECA

Este local talvez seja o ponto mais famoso de Natal e onde se concentram a maioria dos hotéis, pousadas e opções de restaurantes, mas não é uma praia bonita, muito menos convidativa para um banho de mar.
Trata-se de uma praia com estreita faixa de areia (aumenta um pouco na maré baixa) que termina em um colar de pedras, uns 3 metros abaixo do nível da rua, onde existia um calçadão - o mesmo foi destruído por uma ressaca violenta do mar - que encontra-se em obras desde meados de 2013.

Os primeiros passos em praias potiguares - Ponta Negra - Natal/RN
O Morro do Careca é fechado ao público, tanto a pé quanto de carro. A explicação que nos deram é que o mesmo encontra-se a poucos metros de uma área militar, e devido a problemas no passado, o acesso foi proibido.

A praia de Ponta Negra e o Morro do Careca ao fundo.

Nesta avenida que segue pela orla da praia encontram-se variadas opções de gastronomia, indo de frutos do mar a churrasco, passando também por self-service e pratos comerciais (PF mesmo).
Os preços não são nada convidativos e embora a maioria dos locais anunciem pratos para duas pessoas, no nosso caso não foram suficientes.
Algumas opções que achamos interessantes foram:

- Tranquilo Bar e Restaurante / Self Service (R$ 17,90)-Os sucos são naturais e bem generosos.
          Av. Erivan França,94 - Ponta Negra
- Only Pizza - Self Service (almoço) e Pizzas (jantar)- Muitas opções saborosas nos dois formatos -
          Av. Eng. Roberto Freire,5896 - Ponta Negra - www.onlypizza.com.br
- Bangalô Paulista - A la carte - Experimente o Espaguete com Camarão a Parmigiana -
          Av. Erivan França, em Ponta Negra
- Con Xin China - Comida chinesa (jantar) e Self Service variado no almoço - O nosso preferido! Pratos generosos a la carte para até 04 pessoas e self service com muitas opções, por preço camarada.
         Av. Eng. Roberto Freire, bem no início da mesma. http://www.conxinchina.com

Da janela de nosso apartamento tínhamos uma visão privilegiada da praia e tenho que admitir ter sido um privilégio poder dormir e acordar com a melodia interminável das ondas que chegavam a areia.


O Sol nascia bem cedo, logo após as 5:00 da manhã e dezenas de surfistas já estavam no local.
Nos demais dias nos limitamos a pequenas caminhadas na areia e visitas aos restaurantes da orla.
Com relação ao hotel, gostamos muito do local. O atendimento prestado por todos os funcionários foi digno de nota. Um farto café da manhã nos aguardava todos os dias (embora eles tiveram problemas no reabastecimento de pães de queijo, mas a culpa não foi deles... Não conheciam a Walkiria). Além disso, preparavam deliciosas Tapiocas e Omeletes recheados, tudo na hora! O serviço de quarto funcionava 24 horas e o Arthur fez questão de testá-lo, pedindo Ovos antes de dormir... Jesus amado, ninguém merece!

Vista do Visual Praia Hotel, a partir da praia.
A arrumação dos quartos era diária e nos pequenos problemas que tivemos com manutenção, fomos atendidos prontamente.
O hotel contava ainda com um complexo de 03 piscinas - uma com Bar molhado - e Wi-Fi em toda a área do mesmo.


Bloco pré-carnavalesco que acompanhamos pela varanda de nosso apartamento.
No próximo post falarei sobre algumas das principais atrações do local. Até breve!